quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Segundo Capítulo - Disponível!

Capítulo 2

- Senhor Geringh – disse um homem pequeno, cujos cabelos arrepiados demonstravam inquietude – o senhor já inspecionou a abside principal?
- Não, Hubermen – respondeu com calma, ele era um homem mais alto que o outro, com aquela estatura qualquer um seria mais alto que Hubermen é claro – logo iremos inspecionar lá também. (continue lendo)
O local onde estavam não era diferente de toda a basílica, os desenhos e as formas mais variadas se mostravam cada vez mais, em todo canto a beleza artística e arquitetônica se propunha a ser mais impressionável.
Continuaram andando por mais um monte de pilares e estatuas brancas, talvez feitas de mármore. A escuridão e a chuva se tornavam assustadoramente hostis apesar do lugar estar bem iluminado. Andavam rapidamente enquanto suas leves e compridas batinas escuras se movimentavam com o vento forte que vinha com a chuva.
Uma porta os esperava, olhavam para todos os lados e viam que nada estava errado por ali, estavam em uma varanda em forma quadrada, entre ela um jardim enorme se fazia ainda mais escuro, a forte chuva transbordava um chafariz, derramando água para todos os lados. Os dois homens circulavam pelo lado esquerdo da enorme varanda que era iluminado pelas pequenas luzes laterais.
A basílica ficava fora do Vaticano, depois de um rio que atravessava todo o raio de Roma, era tão grande quanto a sua fama pela fé nas esquinas romanas. Enquanto isso os dois religiosos ansiosos se dirigiram até uma porta de porte normal, Hubermen pegou um molho enorme de chaves grandes e douradas, selecionou uma e abriu. Deu-se para uma sala totalmente mórbida, o lustre mostrava as sombras dos móveis que se projetavam nas paredes e que se engrandeciam nas assustadoramente. O teto que se erguia diante de tudo era muito bem esculpido.  Os dois andaram por entre os dois montes de cadeiras e viram as paredes com enormes estátuas, passando por uma enorme abertura em arco que dava entrada a uma grande sala com muitas cadeiras. Geringh observou a grande e horizontal sala submersa em silêncio profundo.  Enquanto Hubermen ignorava o tom grisalho dos cabelos ao se ocupar em olhar entre as estatuas nas paredes, o outro religioso se dirigiu até um pequeno compartimento cheio de botões que poderia ser levemente pressionados para cima e para baixo, apertou quatro botões laterais e com um só estalido percebeu que luzes haviam sido acesas na sala principal, onde de fato Hubermen estava.
Geringh olhou em volta de si e viu que nada estava errado ali e tentou voltar para o amontoado de cadeiras, mas foi ai que uma coisa o congelou momentaneamente, seu rosto tomou feição de pavor.
O outro religioso que de costas estava para o que o amigo viu, perguntou rapidamente:
- Ei... O que está havendo com você?
Ele só conseguiu apontar para o que via trás de Hubermen e foi quando esse se virou, ficando também paralisado com a assustadora imagem que observava. Passou as mãos na cabeça e indagou de forma desesperadora com os olhos esbugalhados:
- Senhor Deus, o que é isso? – e saiu correndo para mais próximo a cena, acompanhado de Geringh.
Os dois pararam diante da corda vermelha e contemplaram tudo aquilo, como se fossem pequenos meninos com medo de fantasmas, estavam assustados demais para tirar alguma conclusão do que viam. Abaixados, passaram pela corda e quase que um deles escorregou em uma poça de sangue, soltando um gemido estranho.
- Não sabemos o que realmente aconteceu aqui, mas de fato isso não é nada bom, ainda mais se tratando de estarmos na basílica das basílicas – Hubermen dizia trêmulo enquanto examinava as paredes e a escada toda ensanguentada.
- Parece que um demônio passou por aqui, mas como? A porta está fechada, tudo está fechado, não existe possibilidade de entrada e muito menos de saída, a guarda romana está lá fora também – Geringh falava isso e tentava entender que linguagem era aquela.
O outro como se adivinhasse seus pensamentos respondeu:
- Isso é latim e os símbolos têm muito haver com a Nova Era, o latim foi usado durante muito tempo, mas entre religiosos superiores é bastante usado ainda, os símbolos nos são pavorosos emitindo paganismo e satanismo – apontava para uma cruz virada para baixo. A cruz de sangue era horrível e pegava certa parte de toda a parede.
- Olha isso! – exclamou o Geringh espreitando os olhos azuis.
- O que é esse envelope?  - dando as costas para a parede e voltando-se para o meio do salão – onde estava isso?
Ele mostrava o papel branco enquanto os dois se juntavam de bocas abertas. O envelope era pequeno e nele tinham gravados detalhes em dourado, não vinha com destinatário e nem ao menos remetente, era estranho e emitia morbidez, o tom esbranquiçado era meio que amarelado nas pontas e um selo o lacrava, um selo vermelho.
- O que deve conter nesse envelope? – indagou Hubermen ao pegar o objeto das mãos do outro religioso.
- Não sabemos, mas se abrirmos é claro e óbvio que descobriremos – dizia ele com brilho de curiosidade nos olhos, quase que se esquecendo do lugar em que estava.
- Não podemos fazer isso, precisamos entregar nas mãos do Papa Emannuel e deixar que resolva isso por nós, depois precisamos limpar toda essa sala para que mais ninguém veja, seria uma catástrofe para a igreja católica – olhou novamente para a abside, não acreditando no que ainda via e colocou o envelope em um dos bolsos.
- Porque viriam até aqui, fariam tudo isso e ainda deixariam um envelope desconhecido? – perguntava Geringh sem obter respostas.
- Agora ainda é madrugada – olhando para o relógio de pulso – limparemos tudo isso e bem cedo trataremos de conversar com o Papa – sugeriu.
- Vamos limpar logo então, que isso tudo já está me assustando mais do que eu queria que assustasse.

Um comentário:

  1. O primeiro capítulo foi bom, e esse está melhor ainda, me deixou curiosa agora.. Continuarei lendo!!

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